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Relatório de Gilcleides Alves da Cruz

Este relatório visa abordar sobre o trabalho de divulgação do movimento “São Francisco quer Turismo” na comunidade de São Francisco do Conde. Serão especificados os Distritos de Caípe, local subdividido em Caípe de Baixo, Calmonte e Caípe de Cima; Santo Estevão e o município de Saubara. O principal motivo desta descrição é mostrar qual o ponto de vista dos São Francisquenses e Saubarenses sobre a construção de um Eco-Resort na Ilha de Cajaíba.

Treinamento
Para desenvolver uma atividade profissional, é fundamental que ocorra uma preparação, mesmo que o individuo possua uma grande experiência na área. O treinamento de multiplicadores do Movimento” São Francisco quer Turismo” foi realizado durante o dia 17 de outubro, no período da manhã em São Francisco do Conde e nos dias 20 e 21 de outubro de 2008, em tempo integral, em Salvador-ba. A principio existiram várias dúvidas sobre a empresa Property Logic, até o momento não conhecida. Senti-me um pouco ansiosa para saber o que deveria ser feito de fato, e principalmente, qual era a proposta da empresa para a cidade.

O método aplicado para a realização do treinamento foi excelente. Tudo era construído entre os convocados a exercer a atividade de multiplicador(a). As principais atividades foram: inventário do município; identificação de novos segmentos para o local; programação das atividades e planejamento das ações de multiplicadores.

Local de Trabalho e Metodologia aplicada
Atuei no Distrito de Caípe (Caípe de Cima, Calmonte e Caípe de Baixo); alguns pontos de Santo Estevão e no município de Saubara. O trabalho foi dividido em grupo, houve momentos que nem todos os componentes estavam juntos, mas permanecia o espírito de equipe e de comunicação. Individualmente, comecei a divulgar sobre o empreendimento para as pessoas mais próximas e conhecidas; a partir daí novas pessoas foram a mim indicadas. Ao explicar sobre o movimento “São Francisco quer Turismo”, panfletos e adesivos foram distribuídos na comunidade. Quando estava em grupo, dividíamos as atividades por ruas.

Ponto Forte
A comunidade receptora compreendeu que o turismo é uma atividade econômica capaz de gerar emprego e renda em uma localidade. Todos concordaram que São Francisco do Conde é um município com riqueza histórica/cultural e exuberância natural. Constatou-se que lá muito do patrimônio arquitetônico está se desgastando com o tempo, e através do turismo estas construções poderão ser valorizadas novamente. A maior parte dos entrevistados mostrou-se feliz em saber da novidade do Eco-Resort na Ilha de Cajaíba, e nas futuras oportunidades de empregos que poderão surgir. Houve comentários sobre vários lugares (como a Praia do Forte, Costa do Sauípe, e dentre outros municípios) que se desenvolveram com a atividade turística e que São Francisco do Conde pode sim, ser mais um destino turístico.

Pontos Fracos
São Francisco do Conde é um município rico, porém possui uma má distribuição de renda entre a sua população. Várias empresas petrolíferas exploram a riqueza da terra, os funcionários destes estabelecimentos são oriundos de outras cidades, e a população local, em sua maioria, vive às margens da miséria ao enfrentar uma vida difícil no mar e no mangue. As opções de emprego na cidade são limitadas, ou seja, quem tem oportunidade presta serviços à prefeitura, que é como uma espécie de “cofre” da cidade. Ao divulgar sobre a Ilha de Cajaíba: Eco Resort, todas as pessoas abordadas exclamaram o seu medo de perder o pouco da natureza que têm e, desde já, sentem-se prejudicados em só ouvir falar da construção do empreendimento, principalmente os moradores de Saubara.

Em uma entrevista ocorreu o seguinte argumento: “quem é pequeno, pobre e sem estudo, não terá oportunidade. As marisqueiras vão fazer o que lá?” Expliquei à entrevistada que no momento atual a venda de peixes e mariscos está difícil, as pessoas chegam ao ponto de perder os seus produtos e que o Eco Resort poderá ser uma alternativa significativa para vender os seus produtos. A moradora, mesmo satisfeita com a resposta, mencionou que quase todo o recôncavo baiano vive da pesca, e muitos dirigem-se até Cajaíba de canoa para trabalhar e sustentar a sua família, porque o seu local de origem não gera mais peixes em abundância, por causa da maré vermelha.

Ao realizar o trabalho, observei que tinha muito pescado miúdo espalhado na área de Saubara, o que significa também a falta de educação ambiental entre os moradores. Esclareci sobre os cuidados que a comunidade deve ter com o mar o os seus frutos no momento em que forem pescados. Em Caípe, o ponto mais crítico é a avenida Beira Mar, conhecida como Saubarinha devido à presença de muitos moradores de Saubara, que se deslocaram para lá. Nesse trecho, não existe energia elétrica e muitos moradores usam a instalação conhecida como “gato”. Na região também é inexistente o sistema de esgoto e as necessidades fisiológicas dos habitantes local são canalizadas em direção à maré. Isto é uma situação lastimável, pode ser considerado um crime ambiental, mas, os moradores não são culpados totalmente. A localidade precisa da atenção das políticas públicas por parte das autoridades de São Francisco do Conde.

Considerações Finais
A Ilha de Cajaíba: Eco Resort pode contribuir para o aumento da auto-estima da comunidade de São Francisco do Conde e entorno. Na realização deste trabalho na comunidade, houve momentos difíceis onde os moradores não entendiam exatamente o conceito de Resort e a proporção de empregos de diversos setores que podem ser gerados por este empreendimento. Cabe então, à Property Logic ajudar a comunidade de forma direta ou indiretamente.

 

Publicado originalmente em 16 de Dezembro de 2008

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